Programa Geral
Pedro Melo Alves' Omniae Large Ensemble, O Teatrão
"Memória da Viagem" no Convento de São Francisco
All Ears On Jazz Ao Centro no M. N. Machado Castro
Lisbon Underground Music Ensemble LUME no TAGV
All Ears on Jazz Ao Centro no Grémio Operário
Festival Jazz ao Centro 24 - Karoline/Hannah/...
Nesta edição
19ª edição
Festival Jazz ao Centro
Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra
O Jazz ao Centro Clube e a Câmara Municipal de Coimbra voltam a apresentar um programa desafiante, onde o lançamento de várias edições discográficas e as obras fortemente enraizadas na cidade (e nos seus músicos) são as principais características distintivas.
A 19ª edição do Festival Jazz ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra decorre de 21 a 30 de Outubro e contempla 11 concertos e um Cine-concerto dirigido a público jovem. As atividades terão lugar em 6 espaços da cidade, com a participação de mais de 100 músicos.
Como sempre, múltiplos caminhos do Jazz atual confluem em Coimbra por ocasião dos Encontros de Jazz, lugar singular de diversidade de abordagens, contemplando propostas devedoras da tradição lado a lado com propostas que testam os limites do género.
Coincidindo com um momento de retoma plena das atividades culturais (e do levantamento da maior parte das restrições sanitárias introduzidas em virtude da pandemia), o Festival Jazz ao Centro apresenta três formações alargadas que abrem caminhos a práticas contemporâneas de composição e instrumentação. Todas serão, é certo, momentos altos desta 19ª edição dos Encontros de Jazz de Coimbra.
Além do natural destaque que o “grande formato” tem no programa, há uma outra dimensão que convém sublinhar, e que constituiu um dos factores de maior distinção do Festival Jazz ao Centro ao longo das suas quase duas décadas de existência. Trata-se da centralidade que os momentos de criação assumem no programa, o que se traduz, este ano, na estreia de um concerto que resulta de uma encomenda feita no âmbito do Festival e, também, na gravação de concertos para posterior edição discográfica. Convém lembrar que ao longo das edições do Festival Jazz ao Centro foram já gravados mais de duas dezenas de discos, que se encontram disponíveis nos catálogos da Clean Feed, JACC Records e Cipsela Records. Se tomarmos este património discográfico no seu conjunto, será fácil verificar que o Festival Jazz ao Centro ocupa um lugar único no panorama dos festivais de jazz realizados em solo nacional e um lugar relevante no contexto europeu.
Por fim, uma menção obrigatória para a continuidade do programa de “encontros criativos” entre músicos portugueses e músicos de colectivos europeus. Esta iniciativa teve início em 2019, com a vinda do colectivo holandês DOEK, tendo o festival sido palco de cinco concertos. Deste encontro com o colectivo DOEK resultaram três edições discográficas, uma já lançada durante este ano de 2021 (da responsabilidade do quarteto composto por Carlos “Zíngaro”, Marta Warelis, Marcelo dos Reis e Helena Espvall) e outras duas que verão a luz do dia ao longo dos próximos seis meses. Em 2020, foi a vez do colectivo francês Tricollectif encontrar músicos portugueses para estreitar relações e iniciar ou dar continuidade a processos de criação. Dos oito concertos realizados, resultou um disco lançado muito recentemente (do grupo Chamber 4, que une os portugueses Luís Vicente e Marcelo dos Reis aos irmãos Théo e Valentin Ceccaldi). Este ano, foi firmada uma parceria com o Festival norueguês ALL EARS. No quadro desta parceria irão realizar-se quatro concertos, envolvendo os músicos Andreas Wildhagen, Joana Sá, Henriette Eilertsen, Maria do Mar, Joel Ring, Marcelo dos Reis e Yaw Tembe.
O Festival abre com a apresentação de "Lumina", disco do OMNIAE LARGE ENSEMBLE, do baterista e compositor Pedro Melo Alves. A 21 de outubro, a OFICINA MUNICIPAL DO TEATRO (no segundo ano em que O TEATRÃO se associa ao festival) será o palco para a apresentação oficial deste trabalho, que será lançado a 15 de outubro (e que terá também apresentações em Lisboa, na Culturgest, e no Porto, na Casa da Música). Originalmente um septeto, a formação teve a possibilidade de se expandir aquando do concerto no Festival de Jazz de Guimarães (novembro de 2020), onde foi gravado o disco que agora se apresenta. Com 23 músicos e condução a cargo do maestro Pedro Carneiro, o Omniae Large Ensemble é um triunfo da invenção de Pedro Melo Alves, confirmando-o como uma referência incontornável da nova geração de músicos e compositores do Jazz Português.
O segundo dia (sexta-feira, 22 de outubro) é um dia cheio de atividades. O programa tem início na Blackbox do Convento São Francisco, com o Cine-concerto "As Aventuras do Príncipe Achmed", clássico da animação da realizadora Lotte Reiniger, musicado pelo SPACE ENSEMBLE. Esta será a primeira sessão, dedicada ao público escolar, sendo que, no dia seguinte, terá lugar uma sessão direccionada para famílias e público geral. À noite, o festival ruma à Alta de Coimbra, onde o GRÉMIO OPERÁRIO acolhe o HUMANIZATION 4tet, para apresentação do seu disco "Believe, Believe". Em palco estarão LUÍS LOPES (guitarra), dinamizador do grupo, acompanhado por RODRIGO AMADO (sax tenor) e pelos irmãos AARON e STEFAN GONZALEZ (no contrabaixo e bateria, respectivamente). O dia termina no Salão Brazil, num concerto que fecha uma etapa no desenvolvimento do MONDEGO: ENSEMBLE JAZZ AO CENTRO, grupo que nasceu em 2020 e que se constituiu como plataforma para intérpretes e compositores da Região de Coimbra. O octeto, co-liderado por João Mortágua (saxofone e composição) e Ricardo Formoso (trompete e composição) irá, nesta ocasião, gravar o seu disco de estreia.
A 23 de outubro, a ANTIGA IGREJA DO Convento São Francisco recebe um trio onde o violinista conimbricense JOÃO CAMÕES aparece lado a lado com duas luminárias do jazz e das músicas improvisadas, os franceses JEAN-LUC CAPOZZO e JEAN-MARC FOUSSAT. De regresso à Baixa de Coimbra, os Cíntia (trio formado por SIMÃO BÁRCIA, TOM MACIEL e RICARDO OLIVEIRA), grupo seleccionado pelo programa Cena Jovem jazz.pt, apresentam, no SALÃO BRAZIL em primeira mão o seu disco de estreia, intitulado "Sítio".
O primeiro fim de semana do festival chega ao final com a estreia de "Memória da Viagem", trabalho que resulta de uma encomenda a LUÍS FIGUEIREDO, por parte do CORO COIMBRA VOCAL, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra e do Jazz ao Centro Clube. "Memória da Viagem" é uma suite para trio de jazz (Luís Figueiredo, no piano, Bernardo Moreira, no contrabaixo e Bruno Pedroso, na bateria) e coro misto em catorze andamentos. A obra alterna momentos solísticos (do coro, do trio ou de algum instrumento em particular) com passagens em que a massa sonora do colectivo se impõe de forma vigorosa. O concerto terá lugar no GRANDE AUDITÓRIO DO CONVENTO SÃO FRANCISCO, no dia 24 de outubro (domingo, pelas 19h00).
O segundo fim de semana é quase inteiramente dedicado ao encontro entre músicos portugueses e noruegueses, dado continuidade às experiências mantidas, em anos anteriores, com os coletivos DOEK (Holanda) e Tricollectif (França). Desta feita, 3 músicos noruegueses, seleccionados pelo Festival All Ears (HENRIETTE EILERTSEN, JOEL RING e ANDREAS WILDHAGEN) encontram 4 músicos portugueses (MARIA do MAR, MARCELO DOS REIS, JOANA SÁ e YAW TEMBE). Além do ensemble que os reunirá a todos, para duas noites de concerto no SALÃO BRAZIL (29 e 30 de outubro), haverá lugar a mais dois concerto com agrupamentos mais reduzidos. A 29, no MUSEU NACIONAL MACHADO DE CASTRO (Joana Sá / Henriette Eilertsen e Maria do Mar) e, a 30 de outubro, no GRÉMIO OPERÁRIO (Andreas Wildhagen, Marcelo dos Reis, Joel Ring e Yaw Tembe).
Fora do âmbito do encontro luso-norueguês, no dia 29 de outubro, sobem ao palco do TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE os LUME (Lisbon Underground Music Ensemble) para apresentar o novíssimo "Las Californias". Percorrendo estados de alma díspares, a música do novo álbum de L.U.M.E. conflui para uma paisagem irreal, de memórias e sonhos perdidos que pairam sobre os escombros de uma realidade imaginada. Um projeto que dá continuidade aos álbuns anteriores do grupo, dramatizando e ironizando as práticas e vocabulários que passam pelo jazz, rock ou música erudita, mas que está, em simultâneo, impregnado com a sua contemporaneidade: uma espécie de antídoto para o mundo em que hoje vivemos.
Visto no seu conjunto, o programa da 19ª edição do Festival Jazz ao Centro visa cumprir os objetivos artísticos que norteiam o Jazz ao Centro Clube: apresentar o Jazz que hoje se faz, dentro e fora do país, em toda a sua riqueza e diversidade!